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sábado, 20 de abril de 2013




Educação Física no Campo

1.0 Quadra  da Escola municipal rural Itirapuã

1.2 Lateral da quadra da escola Itirapuã, em que sua vizinha é a rodovia, não muros ou qualquer tipo de proteção que impeçam as crianças de correrem para rodovia.


1.3 Espaço anterior a quadra. Em suas imediações há matos e barrancos que segundo o professor da escola  habitam animais peçonhentos. Limitando as brincadeiras  das crianças (na imagem pelam corda) neste espaço.


2.0 Escola Particular vizinha a escola rural. Seu espaço e estrutura são grandiosos.


2.1 Ao fundo há um lago com pedalinhos pertencente a escola particular. É visível o contraste econômico (cerca de 300 metros de distância) entre as duas escolas, escola no qual ajuda de algumas formas a escola rural, doando materiais e abrindo as portas para os alunos.

sexta-feira, 19 de abril de 2013


ANÁLISE REFLEXIVA DE NOSSAS EXPERIENCIAS ENQUANTO                PROFESSORES EM FORMAÇÃO

por Diego Ramires silva santos



A educação do campo sempre foi um assunto muito sensível e pouco explorado na graduação, como visto em nossa Universidade. Universidade essa que se intitula universidade agrária, mas carece nesse aspecto de educação e formação básica.
 Durante nossas aulas foi muito abordada essa condição, pois tendo em vista as licenciaturas mecanicistas que não busca uma conscientização da diversidade que se encontra a sociedade. Em minhas viagens notei o caráter formador de opinião e detentor da verdade do professor. Notei a necessidade de uma nova ótica, pois como mostrado em sala, a realidade do campo e de sua gente é única. Nos textos trabalhados vimos que muitas vezes a educação física mantem um molde urbanista e sem tomar em conta o espaço físico, o meio ambiente e outras variáveis. Foram também lidos artigos e materiais que nos mostraram a condição de moradores e a infância no contexto rural. Condição essa que permeia sobre a dificuldade muitas vezes, permeia sobre a terra e a produção, permeia sobre a esperança.
O filme  Vidas Secas(1963) nos traz um pouco da condição que o Brasil se encontra, e sobre a negação das autoridades. Temas como humildade, submissão perante os detentores do dinheiro, um anonimato social imposto para a infância e outros , são vistos e discutidos. O ambiente e o clima redefinem muito a frequência e outros problemas frequentes, como encontrei algumas vezes em Campo do Meio. Apesar de ser um grupo multi-etário, e bem organizado, se mostraram bem abertos as atividades sugeridas por mim. Minhas propostas a inicio seria algo mais informal, mais presente na rotina das crianças, e busquei isso em alguns conhecimentos ,memórias e material escrito. Presenciei muito da cooperação e alegria mútua, talvez pelo ideal do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra que prega a ajuda e o companheirismo que muitas vezes acaba por não existir em muitas metrópoles e cidades atualmente. Não digo no sentido de que não se exista uma amizade entre as crianças, mas sim que percebi os mais velhos auxiliando os menores, os menores sugerindo adaptações e todos participando sem uma necessidade de vitória constante. Principio esse mostrado também na minha escolha de tema de trabalho sobre abordagens da educação física, os jogos cooperativos.
 Ao ter contato com esse material percebi muitas novas óticas e dinâmicas que aparentemente serão úteis. Mas além de ir dentro dessa perspectiva, também tomei base em suas criticas e assim consegui montar em essência uma linha de raciocínio que ao meu ver será muito proveitosa. Também tomei conhecimento de algumas novas abordagens da minha área, e isso se mostrou de muita valia, muita mesmo. Novas perspectivas e abordagens  sempre são bem vindas, e percebi que possuía uma lógica que deveria ser revista .
 Trazendo para as atividades em campo, notei também a necessidade do professor de um modo geral manter um elo de confiança e respeito com seus alunos. Não pode se ter uma relação superficial e quase nula, pois o processo educativo representa um ciclo não de transferência de conhecimento e sim de construção. Todo professor deve construir com seus alunos suas linha de pensamento e conclusões.
Além do mais, os filmes em sala de aula nos proporcionaram experiências únicas, pois com as imagens somos apresentados a não só o lirismo latente que remete ao campo, como  Baixio das bestas (2006).
Em uma experiência na qual não participei mas tomei nota graças ao professor, foi-me levado ao conhecimento um caso de violência contra uma menor. Não apenas violência , mas um transgressão que caminha muito além da noção de ética e moral. Acontecimentos como esse redefiniu muito o meu ver sobre a infância , a família e a vida. Infância essa em constante transformação, mas que não deve perder sua identidade de sujeito em formação.  Nas viagens também tive contato com os familiares , a família daqueles na qual eu interagia, e isso me foi muito proveitoso tendo em vista entender posturas e visões de mundo diferentes da minha. Relacionando isso ao material trabalhado em sala entendi a necessidade de uma escola que realmente faça sentido e que não apenas reproduza saberes já estabelecidos.
Tive contato com experiências e relatos de pessoas que como eu buscaram se aventurar numa tentativa de formular um projeto daquilo que ao meu ver seria interessante. Defrontando a realidade e o escrito, consegui também perceber que a docência no campo exige além de reflexão um entender sobre a didática como um todo.
 Assim tive contato também com o trabalho “extensão e comunicação” de Paulo Freire, que me foi muito útil , assim como as obras culturais trazidas pelo professor. Músicas, filmes, e poesias davam uma referencia daquilo que estudávamos e o que presenciei em minhas visitas, como a forma distorcida que as crianças do meio rural são vistas pelos moradores das cidades, apesar de que os municípios serem relativamente pequenos.
Com a produção cultural daquele contexto percebemos a dureza de uma vida pautada no corpo, sim com seus corpos como maquina de transformação do ambiente e capaz de produzir algo para se manter. Em um plano maior notamos a noção corpo  e terra, já que ela é a grande responsável pelo ganho de vida das pessoas ali. O corpo tanto na infância quanto já adulto tem caráter determinante no seu papel social.
Nesse cenário percebi que ainda não estava preparado para lidar com as pessoas com deficiência física. Com limitações físicas e motoras, me senti na necessidade de aprofundar meus estudos para utilizar-me da educação física como um meio de socialização e prática de uma atividade que mesmo adaptada tenha um significado.
Ao  fim da disciplina aproveitamos e conversamos com a diretora e alguns funcionários da escola que conheci junta ao grupo. Isso foi muito importante, pois tive contato com a filosofia e visão de mundo daqueles ali que convivem com as dificuldades e as vantagens de uma educação em um ambiente diferente daquele visto pela maioria na graduação.
Tive a oportunidade de conhecer alunos moradores da própria cidade que seguiam até a zona rural para estudar, talvez por medo da violência urbana, talvez por fatores pessoais, mas que se sentiam felizes naquele ambiente. Volto a retratar que não insinuo que na cidade não há felicidade, muito pelo contrario, mas ouso desafiar a lógica de que aquilo que é comum e não criticado. Como um todo a disciplina foi muito produtiva e consegui obter muitos frutos desse trabalho, e graças a esses ganhos acredito que hoje ser um sujeito melhor do que aquele que iniciou a disciplina.

Escola e Educação Física do campo: Possibilidades e Desafios


Ao pensarmos em Educação Física Rural, antes de qualquer coisa, ajuizamos contextos e conceitos que estão arraigado em nossas  “mentes urbanas”  implantados pela mídia e falta de informação. Deste modo concebemos uma ideia errônea e precipitada do que é viver e que tipo de educação é  ofertada nas escolas da Zona Rural.
Segundo Dayrell (s/d), existe em nossa sociedade uma escola homogeneizante, ou seja, uma determinada conduta educativa, que reduz a uma educação única e o sujeito a uma dimensão somente cognitiva, visando o conhecimento como um produto comum, ofertado a todos com as mesmas estratégias em busca dos mesmos resultados, desconsiderando assim de forma explicita a diversidade. Tomando como base tal argumento, nos norteamos -mais comumente- por dois caminhos: Assimilar as Escolas Rurais ao discurso democratizante, isto é, tornar seus processos educativos similares ao de todas outras escolas ou, remetermos a uma postura em que as escolas urbanas possuem melhores práticas pedagógicas e, por conseguinte as escolas rurais deveriam assemelhar-se com elas.
Seguir essas perspectivas implica em anularmos toda e qualquer compreensão do contexto sociocultural da escola rural, das diversidades dos sujeitos envolvidos nos processos de ensino/aprendizagem e de como esses dois elementos (escola e sujeito) se interligam.
A tentativa de fazer um currículo, mesmo na escola rural, baseado no sistema capitalista, gera uma inércia na Educação brasileira, pois não instiga a tomada da ação e do conhecimento para a vida, também não atinge a ação reflexiva para o desvelamento da realidade. (FREIRE citado por BARUKI et al, 2012).

É preciso que desfaçamos este antagonismo entre campo e cidade, como diz Baruki et al (2012), e que coloquemos no mesmo patamar de importância o espaço urbano e o espaço rural, afastando o modelo  de precariedade e falta de recurso, utilizando de políticas públicas eficazes.

A adequação de um currículo específico, de práticas pedagógicas e de professores ao campo fará com que seja possível atender expectativas, formar os alunos para que alcance objetivos pré estabelecidos, fazer com que os alunos estabeleçam laços com a realidade. É necessário fazer que os conteúdos sejam significativos e os sujeitos encontrem valorização e produtividade social no contexto e especificidades do campo. (CALART citado por BARUKI et al, 2012).

Buscar uma maior valorização dos elementos do campo permite não apenas deter o êxodo rural, mas também frisar a importância sociocultural destes sujeitos. Tornar a escola do campo como meio legitimo  para tais valorizações é também correlacionar isto a Educação Física.

A formação integral do sujeito só pode ser feita se abstiver do pensamento Cartesiano - separação de corpo e mente especialmente no processo de ensino aprendizagem - sobretudo se nos limitarmos à formação de crianças e de crianças da zona rural, que tem o Se-movimentar como componente principal de interação com o mundo. A Educação Física na escola do campo, deve atuar como um auxiliador de exploração do mundo em que as crianças vivem; considerando de forma incisiva a diversidade cultural ali presente, o espaço físico  ofertado, o contexto social que cada sujeito está inserido.  Ajudar a construir um sujeito critico e autônomo capaz de discernir as consequências, sejam elas positivas ou negativas, da massificação capitalista, consumista e urbana que influência direta ou indiretamente nos aspectos Zona rural, sejam eles jogos e brincadeiras ou mesmo aspectos econômicos.

A importância de se conhecer a realidade da escola rural ainda como discente possibilita a nós, uma analise mais critica e verídica da realidade, a aproximação legítima com as crianças destas instituições de ensino permite que questionemos coisa ainda não pensada, como o Papel da Educação Física na vida destas crianças e jovens? Como o pensamento de uma EF Renovadora cabe na Zona rural? E muitas outras questões.
Salientar a importância crucial de aliar teoria a prática a educação, especialmente neste caso, é desalienar - como dito no inicio deste texto- “mentes urbanas”.
 A necessidade de vinculação entre educação e as necessidades diárias unindo teoria e prática,destacando a utilização imediata do conhecimento para o benefício social, uma vez que “[...] o produto imediato da educação não é material, mas é socialmente útil, sob a forma de um serviço necessário à sociedade”.
(SEVERINO 2001, citado por BARUKI et al).

É pensar numa sociedade oprimida e subjulgada em seus direitos e especificidades no longo da história. Cabe agora perguntarmos: O que fazer com tais informações a respeito da escola rural? Quais concepções da Educação Física Escolar usar neste espaço?Seremos capazes de usá-las?

Regendo aulas em uma escola rural, pude perceber não tão somente da carência de material, que nesta instituição se valia de bastante recurso, ou mesmo dos déficits do espaço físico da escola e da quadra, que não há marcações, tabelas, rede ou  rede de esgoto mas  também dos déficits das crianças, não de aprendizado estabelecido por uma sociedade capitalista padrão, e sim uma carência absurda, de carinho, atenção, de proteção, de uma infância muitas vezes perturbada e/ou roubada. Há nelas, uma alegria simples em aprender o novo, participar e se incluir.
Foi possível ver o se movimentar do sujeito, não por um aspecto técnico, mas algo além disso, sujeitos esperando para formarem-se integralmente. Consegui ver, que sim, é possível e necessário que a Educação Física participe disso, confesso que ainda é preciso pensar e repensar, construir e desconstruir conceitos, elementos e visões para atuar de maneira coesa e benéfica na Escola do campo, porém o caminho de reflexão para este assunto foi aberto, basta a nós segui-lo ou não.

Bibliografia

Daolio, J. Escola como espaço sociocultural.
BARUKI,V; ALENCAR, J.M; CRUZ,K.R.A. Implantação da brinquedoteca enquanto espaço de produção em conhecimento em uma escola do campo: desafios e possibilidades. Motrivivência. 2012


Sobre o livro Educação Física Crítico- Emancipatória de Elenor Kunz: Um resumo


Histórico da criação da abordagem Critico- emancipatória e breve apresentação do autor:
A Educação Física Escolar vem numa constante busca de romper com os modelos tradicionais que permearam esta área de estudo até meados dos anos de 1980. Darido (2003) destaca que é nesse momento que a Educação Física passa por um período de valorização dos conhecimentos produzidos pela ciência. A partir desse enfoque dado à Educação Física, enquanto ciência com corpo próprio de conhecimento começam a surgir algumas abordagens pedagógicas da Educação Física Escolar. Conforme Darido (2003) todas essas abordagens tem algumas divergências, mas possuem um ponto em comum, todas estão em oposição à vertente tecnicista, esportivista e biologicista até então predominantes na Educação Física Escolar. Dentro dessas abordagens há vários discursos tentando justificar a importância da Educação Física na escola, outros se apoiando em áreas diversas como a Antropologia, a Psicologia, a Sociologia e também a Biologia. Embora com embasamentos teóricos diferentes, todas as abordagens apresentam significativas contribuições para a Educação Física Escolar.Outro ponto comum entre algumas abordagens é a referida busca pela autonomia dos alunos nas aulas de Educação Física, autonomia esta que não deve ficar somente nas aulas, mas sim formar o indivíduo que vai usufruir no seu tempo livre dos conteúdos aprendidos nas aulas de Educação Física para toda a vida.

Elenor Kunz
Realiza seu doutoramento em Hannover na Alemanha, sobre a orientação do professor Andreas Trebels e publica nos anos 90 no Brasil sua tese Educação Física : Ensino e Mudanças e uma obra a seguir denominada “ Transformação Didático pedagógico do Esporte”  estas e outras publicações deram origem  da educação Física denominada aqui no Brasil de Critica Emancipatória.



Abordagem critica emancipatória

A abordagem Crítico -Emancipatória enfatiza que o ensino nesta concepção deve:
ser um ensino de libertação de falsas ilusões, de falsos interesses, e desejos que são construídos nos alunos a partir de conhecimentos colocados à disposição pelo contexto sociocultural onde vivem visão esta originária de um mundo regido pelo consumo, pelo melhor, mais bonito e correto. Assim o ensino deve confrontar-se pela libertação destas falsas visões de mundo, libertar-se da coerção imposta por parte do professor e do conteúdo que se ensina. Essa libertação no sistema escolar deve ser pelo esclarecimento e pelo desenvolvimento de competências como a autoreflexão, que possibilita uma libertação livre da coerção(KUNZ, 1994, p.115-116).

Kunz (1994) nos esclarece que o conteúdo principal do trabalho pedagógico da Educação Física Escolar é o Movimento Humano, devendo enquanto estratégia didática passar pelas categorias de trabalho, interação e linguagem. Quanto aos objetivos primordiais de ensino propõem o desenvolvimento de competências como a competência comunicativa, a competência social, e a competência objetiva. Na competência social desenvolve-se pela tematização das relações socioculturais do contexto em que vive, dos problemas e contradições dessas relações, os diferentes papéis que os indivíduos assumem numa sociedade, no esporte e como esses se estabelecem para atender diferentes expectativas sociais. Para a competência objetiva vale que o aluno precisa receber conhecimentos e informações, precisa treinar destrezas técnicas racionais e eficientes, precisa aprender certas estratégias para o agir prático de forma competente. Na competência comunicativa destaca que a linguagem verbal é apenas uma das formas de comunicação do ser humano, sendo que as crianças comunicam-se muito pelo seu se - movimentar, pela linguagem do movimento.Quando ressalta os conteúdos da Educação Física Escolar (KUNZ, 1994, p.101) afirma que “não se elimina o interesse do movimento que é específico do Esporte, da Aprendizagem motora, da Dança, ou das atividades lúdicas enquanto conteúdo específico da área, porém colocas e o estabelecimento dos objetivos para desenvolver a competência de autonomia”.



Apresentação do livro
O livro organizado por Elenor Kunz e Andreas Trebels, denominado Educação Física Critico Emancipatório: com uma perspectiva da pedagogia Alemã do Esporte. Tem como colaboradores mais 7 autores  Claudia Kugelmann, Dieter Brotmann, Eva Bannmüller, Gerd Landau, Heide-Karen Maraun, Jürgen Funke-Wieneke e Ralf Langing, é constituído de 206 paginas é uma obra escrita por alemães para auxiliar a Educação Fíisca Brasileira, apresentado elementos para uma Educação Física Emancipatoria.
Para fins didáticos, agrupei o livro em duas parte que se seguem:

Educação física para quê?
o   Pedagogia do Esporte, do movimento Humano ou da Educação Física? Elenor Kunz
o   A concepção Dialógica do Movimento Humano- Uma teoria do “Se- movimentar”. Andreas Trebels
o   Musica e movimento- Uma introdução. Eva Bannmüller
O que mantém Crianças e os Jovens Mais Saudáveis? Dieter Brodtmann
A necessidade de se discutir o porquê da educação Física e por que de uma pratica pedagógica Critico Emancipatória;
Relação percepção e movimento humano. (Se- movimentar);
Educação Física além das Ciências da saúde;
Música como uma alternativa nas aulas de Educação Física.

Educação Física e relações socias
o   O que dizer sobre “ Aprendizagem Social” no Ensino de Movimentos e na Educação Física, e o que podemos Alcançar com Ela. Jürgen Funke-Wieneke
o   Educação física e pesquisa sobre gênero. Claudia Kugelmann
o   O esporte em mundo de vida. Gerd Landau
o   Escola em movimento. Ralf Laging
Educação Física para quê?
Bem se sabe que a educação física serviu e ainda hoje, em parte, serve ao setor esportivo. Até mesmo com a instituição da LDB deu por esse motivo, a má atuação no Brasil nas Olimpiadas de sydiney. Entrando a essa abertura que se teve com a LDB ,foi uma grande possibilidade para a estruturação para um a Pedagogia de fato da educação física. O que não aconteceu.
Sabemos que o programa da educação física, das aulas, se dão pelas preferências do professor ou até mesmo do humor do dia.
Essa pedagogia que KUNZ fala vai para além da didática e da metodologia
A pedagogia deve-se preocupar com questões mais amplas salientar o sentido/significado da Ed. Física na escola e buscar uma conexão com a teoria e o empirismo.
Quando ele nos diz de uma pedagogia critico emancipatória na Ed física ele pressupõe uma analise da cultura do movimento de forma que realmente o corpo e o movimento sejam elementos educacionais.
É Preciso que saibamos que há uma estreita relação do ser humano com o mundo, e que é caracterizado por este SE- movimentar. Um se movimentar nunca é neutro, ele é dirigido a algo, mostra algo. O movimento assim não é objeto , mas sim meio de pré condição para experiências humanas mais ricas e variadas.
Quando falamos dos Esportes, há uma perspectiva de movimento de forma totalizadora e objetiva. Uma busca pela causa-efeito.  Movimentos esportivos tem que ser bem sucedidos, estes não se desenvolvem de forma intuitiva. Como se houvesse uma obrigação com a objetivada e a clareza na forma idealizada, de recusa pelo erro. Não leva em consideração a percepção do sujeito, a percepção é parte integrante do movimento, não pode ser separados uma do outro.
Analisar somente a causa efeito é algo quase abstrato, não há objetivo definido. O movimento envolve Também a conduta humana e o entorno.
Ou seja,
·         Existe o ator do movimento
·         A situação referenciada a movimentos, que esclarece a permanente relação especifica do ser vivo
·         Significado do movimento, a intencionalidade do ator do movimento e o significado pretendido.

O esporte para Trebles, é uma interpretação apenas técnica para o movimentar-se humano. E limita-se para determinar e valorizar números.O esporte competitivo contemporâneo  tem duas regras básicas :

A sobrepujança: medida quantitativamente
Objetivação das condições: padronização.
E para o alcance, do que podemos dizer espetáculo esportivo, há uma maquinação tecnológica, para reparar o corpo dos atletas, aplicando leis da natureza para o ser humano.
Ler 37
Ou seja, a comunhão homem mundo, descrita, por exemplo, por Merleau Ponty está descartada. Não é possível segregar sujeito de um lado e mundo de outro.  O próprio se movimentar é uma caracteriza natural do ser humano, é o meio pelo qual se garante como ser no mundo e no qual o mundo ganha contornos visíveis. O Se movimentar é um conjunto do pensar, do falar, em que há conexão ser humano e mundo. São significados as ações motoras para situações concretas, desta forma é necessário dar significância para os alunos nas aulas, situações que sejam  cabíveis a realidade e a individualidade do aluno para que haja significância, dar uma intencionalidade ao movimento.

Neste contexto de corpo como maquina, educação física como esporte, ainda não falamos do conceito de educação física saúde,levando isto para o contexto escolar,argumentos tradicionais dirão que as crianças atualmente são sedentárias e que a escola deveria preocupar-se com isso, fazendo dela um ambiente em que possam se movimentar mais, melhorar seu sistema cardiorrespiratório e muscular além da melhoria da flexibilidade e de habilidades gerais, ou ajudar na postura e no fortalecimento da coluna prejudicado pela mochila e tal, ou mesmo usar a Ed física como via para a libertação das tensões socioculturais.
No mercado da saúde, mídia e etc é o corre, e por isso que nos agarramos mais facilmente, o mais fácil de realizado , algo publico e notório, que me pouco tempo surge efeito e que temos certezas que estamos fazendo certo porque é o que  o pensamento tradicional.
Ou seja, quais elementos são utilizados para se saber o que se é saúde ou não?O que se quer dizer que são não elementos biológicos que determinam isso.
Sobretudo as vivencias sociais são elemento para a conservação da saúde.
Sentir-se aceito pela comunidade que pertence e interagir-se da melhor forma, é para jovens e crianças adquire o Maximo de importância para saúde do que corridas, academias etc, que são sugeridos pelo mercado como redutor de risco da saúde.

A educação física que se tem atualmente faz com que jovens e crianças sejam indesejados, frustrados e forçados a fazer algo que para eles não tem a menos significação. É responsabilidade da educação física proporcionar que as crianças se sintam integrados socialmente e que elas se sintam importantes para o grupo e necessários na condução das atividades em participam.

Bem, a musica é um elemento que recebe pouca atenção na escola, principalmente quando se trata da educação física, e quando ela esta presente é apenas para estimular ou para perder o medo nas tarefas mais difíceis, ou como meio de compensação.
A educação física orienta-se pelos esportes e não pelas próprias preferências dos alunos ou de desenvolver múltiplas atividades corporais.
A musica tem uma relação direta com a percepção que já havia tido antes e como elemento de integração social, então por que não usá-la?



Educação Física e relações sociais
Como já mencionei, as relações sociais tem uma importância significativa na saúde do individuo e no próprio desenvolvimento do se -movimentar.
Desde do nascimento o homem percorre uma trajetória de relacionamento com o outro e se adéqua a partir do que a sociedade lhe oferecido.
O processo de ensino que levam ao desenvolvimento social é o que tem como base o conceito de aprendizagem social.
 Praticar esportes e mover coletivamente valem também como um elemento significante na aprendizagem social.
O forma que essa aprendizagem social é dada pelos esportes e a relação com a didática, dependendo de como são abordados existem diferentes fundamentações e sugestões para o agir concreto.
Um contexto funcional ou intencional de se entender a educação.
Os funcionalistas da pedagogia do esporte defendem que o desenvolvimento do esporte contemporâneo está impregnado em seu trajeto de sabedoria e espírito social. Defendem que aqueles que praticam o esporte devem agir de acordo com as regras estabelecidas.- espírito de equipe. E uma vez adquirido essas normas ela deve ser transferidas para os outros relacionamentos humanos.
Os intencionalistas afirmam que os  essa imagem é bem diferente da realidade do esporte como ele é.e  obviamente se aprende mais do que  se deveria aprender. Isso porque tais regras são caracterizadas por ferir regras, por ser excludente.  Se não for possível ver que crianças e jovens são induzidas a praticarem esportes de um currículo submisso e oculto, não poderá ter alcance de aprendizagem social.
A aprendizagem social nada mais que, uma predeterminação pouco transparente e nada consciente  que há no processo de civilização e socialização humana.
E cabe a pedagogia critico emancipatória fazer que os jovens desenvolvam uma consciência  esclarecida desta predeterminação e determinarem a sociedade em que vivem ao invés de serem determinados por ela. Na realidade é essa emancipação social que  constitui o objetivo central da aprendizagem social.
O esporte, para Landau, não é algo natural, mais uma construção social. E quem contribuiu para sua difusão são os homens com determinados interesses, poder e pertencer a determinadas camadas sociais, são relações, sendo assim , padronizadas...se orienta pela educação intencional.
O aprender social esta alem das praticas esportivas, o cotidiano escolar também se apoia em regras, privilégios e submissões  e prescreve papeis sociais, assim que o ambiente escolar for democratizado os alunos passaram pelas experiências sociais sem que tenham que realizar uma pratica esportiva.
Quando se fala em sociedade, é fato que devemos salientar a luta de gêneros, se assim posso dizer.
O esporte sempre foi negado ao sexo feminino, tais como ciclismo, futebol etc porque acreditava-se que prejudicaria a mulher fisicamente e na capacidade reprodutiva. Essa separação de masculino e feminino domina o cotidiano reconstituído pelas leis e resoluções mais principalmente pelos costumes.
Essa diferença de papeis é denominada conduta de gênero e portanto vale dizer que nós não temos, fazemos a nos fazemos a nossa sexualidade nos encontros e confrontos sociais.
Entrando  nos últimos anos diz-se que há um tratamento igualitário entre os sexos, por exemplo com a entrada das mulheres nas Olimpíadas de Sydney e esporte exclusivamente masculino, como o levantamento de  peso e futebol e tento premiação para a melhor atleta e etc.
É possível compreender  porque meninas e meninos se deixam levar, principalmente na idade infantil e puberdade. Há uma opressão social na formação da identidade. Na primeira infância é fácil ver meninas e meninos brincando juntos, mas logo os meninos começam a preferir o futebol procuram lugares e grupos para praticarem, enquanto as meninas ficam retidas em casa, dedicando-se menos a atividade de grande movimentos intensos e sendo conduzidas ao balé ou as aulas de piano.
Ser reconhecido, pelo jovem, como menina ou menino, significa para muitos o ganho da própria segurança do seu eu, o modo que se vestem, se movimentam ou praticam esporte fazem parte deste contexto. O próprio clichê sobre o corpo em que meninas devem ter um corpo jovem e sexy e os meninos com a musculatura definida fazem com que se gaste tem pó e dinheiro para o alcance deste padrões, em que o insucesso que as vezes é previsível acaba pela colocando a primeira crise de identidade.
As própria conduta motora são tipicamente relacionado ao um sexo ou a outro, e é fácil ver isso em espaços públicos,  lugares onde se pratica skate, bike  que são atividades marcadas pelo risco e exibicionismo, não há presença marcante de meninas.
Quando trata-se de esporte de alto rendimento a mídia dedica tempo e espaço as reportagens de atletas masculinos e quando o fazem com mulheres  é uma comparação de rendimento com atletas homens.
O ensino da Ed. Física tematizando adequadamente as atividades pode fortalecer a identidade sexual destes jovens, e que as atividades tradicionais e alternativas devem ter seu espaço para serem dialogadas e criticadas especialmente em relação ao pré determinismo sexual imposto.
Desafiar meninas nas aulas de Ed. Física para que ela ampliem sua gama de movimentos, e possam descobrir sua força, agilidade.
Nesta mesma sociedade, em que há dicotomia entre os sexos, é uma sociedade industrial em que o desenvolvimento das tecnologias faz com que o corpo biológico fique sedentário. Neste mundo tecnoligizado o corpo é quase que um objeto antiquado em que o homem se vê forçado a movimentar-se se não atrofiara se corpo.
O movimento humano ele se faz, a partir da tecnologia que o rodeia, e utilizar tais aparelhos para aumentar o limite do seu corpo é perfeitamente aceitável.
No setor de alto rendimento, isso muita mais visível, em que a tecnologia desenvolvida em laboratório, vê os corpos de atletas como verdadeiras maquinas, e trabalham para o seu Maximo limite de desempenho.
Neste mundo tecnoligizado, cada vê mais, as crianças, filhos únicos, vivem sem movimento, em seu quarto aproveitando dos brinquedos e aparelhos eletroeletrônicos e sua única vivencia com o movimentar e socializar  é
realmente na escola .
porem somente as duas horas aula de Ed. Física na escola não são suficientes para  resolver o problema da carência de movimentos, pelo contrario salienta mais essa carência, onde o menino fica horas sentado durante outras disciplinas.
Uma solução para isso é a Escola em MOVIMENTO.
É uma possibilidade para um maior movimentar-se na escola. não consiste em apenas  aumentar a oferta de atividades de movimento e esporte, mais mudar o cotidiano escolar, fazendo da escola um espaço para o movimento.
As atividades com movimento ultrapassam as perspectivas da educação física e encontram lugar em todas áreas da escola, salas de aula, pátio, nos corredores.
Deve-se ser levado em consideração o contexto da escola, suas condições, e deve haver uma abrangência muito maior de atividades que envolvam movimentos. O objetivo da escola em movimento não é aumentar as condições motoras dos alunos, mais proporcionar um modo mais espacial de vivencia para eles. O se-movimentar é um dialogo corporal com as tarefas do cotidiano escolar.
O ensino disciplinar e o extra disciplinar devem manter-se em equilíbrio, para que desta forma a aprendizagem social, que se dá pelo diferente e pelo outro seja reforçada. A aprendizagem tem uma relação direta com o corpo humano. Caracteriza por ter um vinculo com o se-movimentar.
Aprender é uma experiência corporal-sensível, vinculada ao mundo.
Os alunos trazem consigo concepções de movimento e preferências e experiências e é necessário que a escola absorva tais conhecimentos.
O confronto que se tem da escola movimento com a educação física é que com ampliação da oferta de movimentos a educação física já não seria necessária.
Por outro lado com a implantação da escola movimento a educação física ficaria responsável pelo desenvolvimento de habilidades e  competências , ou seja a padronização e orientação aos aspectos técnicos.








Resenha Final – Fundamentos da Educação Física Escolar
Professor: Márcio Norberto Farias

Nome: Danilo Leonel Alves      Matricula: 201020506       Turma: 16 A

Na disciplina Fundamentos da Educação Física Escolar, trabalhamos e discutimos uma realidade sempre esquecida: a escola rural e seus contextos. A razão de se observar este conteúdo é a intensa desvalorização do mesmo e a sua quase extinção. Atualmente, vemos pouquíssimas escolas em funcionamento, e as ultimas restantes já têm em grande parte delas, a modernização evidente em suas salas, espaços e arredores. Essa essência de modernização não é o objetivo principal deste texto, e sim os processos de perda de identidade do caráter rural.
A imigração rural dos nordestinos para os grandes centros há décadas atrás em busca da melhora de vida e da tentativa de saída das condições quase sub-humanas impostas a eles ocasionou a aglomeração no sudeste do país, principalmente no eixo Rio - São Paulo. Ao chegarem nestes centros esperançosos, os imigrantes tomaram um golpe na cara: as oportunidades estavam escassas e muitos ficaram desempregados, perdendo assim, sua essência nativa e dificultando ainda mais a situação vivida por estes. Toda essa alteração de identidade representada bem o que é presenciado nas escolas rurais atualmente. A partir deste pressuposto, irei apresentar aqui alguns argumentos favoráveis ao retorno da particularidade deste povo esquecido.

Em visita a Escola Municipal Itirapuã juntamente aos outros discentes, podemos observar a riqueza de elementos constituintes dos povos rurais. Apesar de não ser uma escola totalmente isolada do mundo urbano e de trazer consigo traços marcantes da modernização, esta ainda abriga em seu seio a mais importante e marcante característica: o seu povo. Povo cheio de esperança, humilde, de fala arrastada e tremenda afetividade. Quando iniciamos a mini-aula, os olhinhos das crianças brilhavam, ficavam em silêncio e observavam atenciosamente as informações dadas pelos professores. Realizaram as atividades como combinados e, logo após o final da aula, todos foram retribuir com abraços, beijos e agradecimentos. É difícil analisar essas crianças sem criar laços afetivos com as mesmas, é difícil não ter a vontade de retornar. Porem é de importância ressaltar a falta de apoio governamental sofrida por estes órgãos que estão responsáveis quase que por completamente, da formação educacional e social do individuo. O esquecimento é um dos pontos de maior relevância citados pelos administradores da escola. Falta material, estrutura básica e apoio integral ao aluno. E não é apenas a falta de apoio que agrava a situação, mais também a desigualdade presente neste ambiente. Ao lado de uma escola rural, cheia de dificuldades, está uma das melhores escolas da região. Quadras cobertas, inúmeras salas de aula, piscina e academia são apenas alguns dos elementos constituintes desta escola. Contraste que ressalta ainda mais a importância que devemos dar a escola rural. Tamanha desigualdade e apenas metros de distância. É com isto que afirmo a necessidade de valorizar os indivíduos das escolas rurais e tornando este novamente presente entre os espaços educacionais, pois não devemos deixar perder a características deste povo tão importante para todos nós humanos. 
Transformação Didático-Pedagógica do Esporte
Autor: Elenor Kunz

Texto elaborado por: Danilo Leonel

Capítulos do Livro:
1) Uma pedagogia crítico-emancipatória e uma didática comunicativa na educação física
2) Excurso: As dimensões inumanas do esporte de rendimento
3) O fenômeno esportivo enquanto realidade educacional
4) O estudo do movimento
5) Os interesses da educação física no ensino do movimento
6)Reflexões didáticas a partir de praticas concretas

As Principais Idéias:
Kunz procura apresentar uma proposta didático pedagógica para a educação física centrada no ensino de esportes.
O livro tem como finalidade contribuir nos avanços das reflexões didático-pedagógicos da educação física, sem grandes pretensões a soluções do problema nesta área, nem da sociedade e do mundo
O principal propósito é anunciar e estimular mudanças reais e concretas, tanto na concepção de ensino, de conteúdo e método, como nas suas condições de possibilidade na prática pedagógica.
Kunz apresenta duas críticas iniciais: uma dizia que o esporte provocava um rigoroso processo de alienação e retificação do homem. A outra fundamentava na precocidade do ensino de modalidades esportivas para as crianças das séries iniciais, visando o modelo de competição.
É na transformação didática dos esportes que Kunz concentra a perspectiva prática de seu trabalho, tendo como temática principal a cultura corporal de movimento.
Kunz faz criticas a normatização e padronização das práticas esportivas, impedindo outras possibilidades de movimento.

A Educação Física Brasileira




Modelos Críticos do Esporte


Características do Sujeito


Teorias da Pedagogia do Esporte


Conteúdos da Concepção Crítico-Emancipatória



Desenvolvimento de Competências



Problemas do Treinamento Esportivo



Movimento x Se-movimentar



Concepções Básicas Trabalhadas


Concluindo...
Apesar da bagunça interna presente na educação física escolar, pretende-se com esta abordagem proposta, formar alunos inteiramente emancipados, voltados para a formação da cidadania do jovem, inibindo a mera instrumentalização técnica destinada ao trabalho presente atualmente nas abordagens tradicionais.