Ao cursar a disciplina
“Fundamentos da Educação física escolar” no curso de Licenciatura em Educação
física da UFLA, foi proposto aos alunos que fizessem uma visita a alguma escola
rural e posteriormente aplicassem uma aula nessa escola. Diante essa proposta a
escola escolhida para a visita foi a “Escola Municipal Édio do Nascimento
Birindiba”, localizada na região da Estação Ferroviária de Itirapuan /Lavras.
No primeiro contato realizado com a escola, onde fomos
muito bem recebidos tanto por professores, secretários, diretores e também
pelos alunos, percebemos muitas das dificuldades encontradas pelos professores
que ali atuam, como por exemplo, a rotatividade dos horários, que fazia com que
o professor de Educação física muitas vezes chegasse a escola sem saber em
quais turmas ele teria aula, tornando assim quase impossível o planejamento
pedagógico, que por si só já é um grande problema devido a falta de material
bibliográfico que auxilie a sua construção em um contexto rural e, também
devido a má formação de professores para atuarem no campo, pois durante todo o
curso, raramente se ouve falar em educação física rural, e se ouve muito menos
a respeito da forma como se deve trabalhar em tais locais, onde os alunos
vivem em uma realidade diferente dos alunos
da escola urbana.
Mas mesmo diante do pouco contato que tivemos com a
escola e com a falta de apoio bibliográfico, tentamos construir uma aula que
fizesse sentido para aquela população, dessa forma, identificamos em uma
conversa com o professor, que alguns conteúdos como o vôlei e o basquete não
eram trabalhados na escola devido a falta de material. Assim trouxemos para
nossa aula um jogo de bola com as mãos, utilizando como materiais barbante e
bolas de plástico. Buscamos com isso construir uma aula lúdica, devido ao fato
dessas crianças não terem muitas vezes um espaço para a ludicidade em seu
cotidiano, assim também como mostrar que professores e alunos não precisam
ficar reféns da falta de materiais para construírem as aulas. No geral a aula
correu normalmente, mas vale o destaque para a dificuldade de meninos e meninas
realizarem juntos a mesma atividade, chegando ao ponto de uma menina se retirar
da brincadeira aos prantos devido ao fato de um colega xingá-la por ela ter
errado um lance.
No geral foi uma experiência interessante pelo fato de
conhecermos uma realidade diferente da que estamos acostumados e também por
termos tentado realizar uma intervenção nessa realidade, sentindo através dessa
intervenção toda a dificuldade que é trabalhar com alunos que muitas vezes não
tem o mínimo em casa e vêem na escola um local de refugio da dureza de seu
cotidiano.
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